Brasil permanece estagnado no índice de percepção da corrupção da Transparência Internacional

O Índice de Percepção da Corrupção é o principal indicador de corrupção do mundo. Produzido pela Transparência Internacional desde 1995, ele avalia 180 países e territórios e atribuindo notas em uma escala entre 0 e 100. Quanto maior a nota, maior é a percepção de integridade do país.

Em 2022, o IPC destaca como a corrupção e os conflitos armados alimentam um ao outro e ameaçam a paz. O relatório deste ano aponta que a corrupção diminui a capacidade do Estado de proteger seus cidadãos. Por outro lado, os conflitos criam um terreno fértil para a corrupção.

Nesse cenário complexo, combater a corrupção, promover a transparência e fortalecer as instituições são medidas fundamentais para evitar mais conflitos e preservar a paz.  

Entre 2012 e 2022, o Brasil perdeu 5 pontos no Índice de Percepção da Corrupção e caiu 25 posições, saindo da 69ª para a 94ª colocação. Os 38 pontos alcançados pelo país em 2022 representam um desempenho ruim e o coloca abaixo da média global (43 pontos), da média regional para América Latina e Caribe (43 pontos), da média dos BRICS (39 pontos) e ainda mais distante da média dos países do G20 (53 pontos) e da OCDE (66 pontos).

Esse resultado é um reflexo direto do desmanche promovido pelo governo Bolsonaro sobre os marcos legais e institucionais anticorrupção que o Brasil levou décadas para construir e da degradação sem precedentes do regime democrático que o país sofreu ao longo dos últimos quatro anos. 

CORRUPÇÃO, CONFLITOS E SEGURANÇA

A corrupção é uma ameaça substancial à paz e à segurança. Já foi demonstrado, em diversas ocasiões, que a corrução não só é uma consequência como também uma das causas dos conflitos, fomentando-os de diferentes formas. A corrupção cria novos ressentimentos nas sociedades, ou agrava os que já existem ao minar as instituições de defesa e segurança e ao desgastar a legitimidade do Estado.

Desde 2017, 130 países passaram por manifestações sociais de grande expressão. Em 55 deles (42%), ao menos uma manifestação foi motivada pela insatisfação do povo com os níveis de corrupção do governo.

Como era de se esperar, 80% dos protestos contra a corrupção e 82% das respostas violentas contra os manifestantes documentadas ocorreram em países com menos de 50 pontos no IPC.

A corrupção diminui a capacidade do Estado de proteger seus cidadãos. O uso indevido e a apropriação de verbas públicas podem impedir que as instituições responsáveis pela segurança obtenham os recursos que precisam. Nossa análise mostra que o enfraquecimento das instituições policiais e de defesa dificulta o papel do Estado de controlar seu território e prevenir ameaças de violência, incluindo o terrorismo.

Enquanto os conflitos criam um ambiente próspero para a corrupção, a corrupção também pode minar a capacidade do Estado em enfrentar ameaças à segurança e proteger sua população.

Combater a corrupção, promover a transparência e fortalecer as instituições são medidas fundamentais para evitar conflitos e garantir segurança às pessoas.

A luta contra a corrupção não tem um fim em si mesma. Esta é uma luta por justiça social, prosperidade e paz.​

É POR DIREITOS!